Sobre as margens do córrego do
brejinho, eu vivia ali na areia como se fosse uma sereia naquela piscina natural
e ouvindo o som dos pássaros e do barulho das águas.
Não tinha conhecimento técnico nem tão pouco vocabulário, o verde dos campos cada vez mais verde. O sol radiante a iluminar no céu cor de anil, todas as manhas ele vinha me acordar. Era belo ver o nascer do sol e sentir o frescor da manha com a movimentação do curral.
O por do sol era belíssimo os
seus reflexos refletiam nos galhos das arvores deixando as num tom avermelhados.
Os pássaros voltavam todas as tardes para repousar no bambuzal.
Após o espetáculo do por do
sol, tínhamos a noite enluarada ou o céu estrelado. Quanto ao luar era belo, eu
passava horas olhando aquele cenário da janela do meu quarto ou do banco
sentada na frente da casa. Eu viajava com
os pés longe do chão e me protegendo dos sapos.
Voltando ao cenário a
estrela mais linda da constelação iluminava e dava cor a minha vida olhando o céu
às vezes eu conseguia identificar as três Maria. Vivi intensamente cada momento
daquele que foi perdido no tempo.
Pedi desculpas aos
escritores a alma de poetisa habitava em mim me falava tão forte eu escrevi os
meus primeiros versos com ajuda do universo. Foi ele que deu vida aos meus
versos. Eu assinava com o pseudônimo de poetisa desconhecida.
Das coisas que eu não vivi não
reclamo. Ali aprendi deixar o mundo real e viajar no mundo das poesias eu ganhei
a chave desse mundo cheio de fantasias e fiz dele o meu refugio. Se me atormenta
o mundo real eu viajo e com a chave eu abro porta entro e me escondo.
Escrevi enquanto gerava vidas e continuei a escrever
quando essas vidas já se encontravam nesse mundo. Escrevi quando eles falaram
os primeiros balbucios, tenho registro de quando falava a língua tatibitate e
deram os primeiros passos assim foram compostos os primeiros versos. "Escrito com o coração".