Livre e leve

Tinha asas não

Nem queria ficar no chão.

Queria mesmo

Era voar ao vento

Desprender-se do chão.

Era preciso cortar as raízes

Que cruelmente

Estava ali cravada no chão.

Impendido- a de levantar

O voo tão sonhado.

Somente assim

Estava livre e leve

Em pensamento

Voando na direção do

Vento.

Sua presença

Agito-me

Pisando em solo desconhecido

Quando descubro que

Não estou só

Você acalenta meu coração

  E me estende a mão.

Entristeço mas,

Novamente vem você

De mansinho

 Somente para me alegrar.

As lágrimas

 Insistem e vão escoando

 Sobre o meu rosto

Você existe

 Para não me deixar triste

Eu volto a sorrir.

Vem à dor e

Eu nem sei dizer

Se a sua presença é

Analgésico.

Mais eu dizer

Que sua presença

 Traz-me bem estar.

Linda rosa

Não admiramos

Pelos espinhos,

Mas contemplamos

 A sua formosura.

Por que

Mesmo estando

 Entre os

Espinhos

Ela consegue

 Ser tão bela.

Linda rosa

Não reclama

Dos espinhos

E decidi

Que ali mesmo

Ela vai brilhar.

Na Janela da existência

 

O presente abriu a janela

 Da minha própria existência

Vieram perguntas quanto

Ao existir

Caminho longo

O passado e o futuro

E o presente me apresentado

Imagens  

Formando o meu mundo real

Sinto o frescor da manhã

Vejo o sol radiante á iluminar

Há um detalhe

As flores estão lá

Eu sinto o seu perfume

Elas estão entre os espinhos

Sigo coletando

Percebi

Que mesmo entre os espinhos

Sua beleza é esplêndida

Os espinhos não interferem

Na sua formosura

 Oh! Bela rosa

Ainda observando

Vi que enquanto recolhia

A rosa

Dei a melhor parte de mim

Mesmo levando

 Algumas furadas

 No passado

As imagens eram nítidas

 No futuro elas

Vagueia

Da janela da existência

vi

Caminho

Espinhos

E rosa onde estará?

Não vejo

Mais o presente estava ali

E tocou-me

Eu ainda estou aqui

Viva e acredite

Estará lá

Amanhã

Serei o seu passado

 A rosa nunca

Vai perder sua formosura.

O ipê

Quando as folhas vão caindo

As flores exuberantes vão surgindo

E cobrindo a sua nudez.

São flores belas

 Amarelas, brancas, rosas, roxas.

Todas encantando a minha vida.

Impossível passar despercebidas 
eu te vejo lindamente.

Disfarce

Não fique triste

Se a saudade apertar

Vou te alertar

Procure-me entre as flores

De cores exuberantes

Aprecie

Escolha

E com um toque

Estarei lá disfarçada de flor

 Pra você

Mais uma vez e para sempre

Quero luz no seu sorriso.

O arco-íris

Quando surgiu

Os primeiros raios do sol

Lindo amanhecer

Vidas que estão á  despertar

Pássaros á cantar

Rotina matinal vida real

O dever me chama

Meu coração reclama

O mesmo caminho

A mesma garupa da moto

A mesma paisagem

De repente

Olho o céu cor de anil

Vejo algo novo

Fui contemplada

Com um belo fenômeno óptico

Um lindo arco-íris

Multicolorido

Enfeitando o céu

Efeito do sol

Sobre as gotinhas de chuva

Sorriso garantido

Nem uma picuinha

Roubará o meu sorriso

Ser feliz observando

A beleza do universo

Que da vida aos meus versos

Agradecendo
  a Deus que está acima

De todas as coisas.

Não me deixe

Perambulando no escuro

Caneta e papel e o que procuro

Procuro você que sempre

Vem que acalmar o meu

Coração.

Não me deixe

Entenda como uma súplica

Em você eu busco

O sedativo da dor física.

Não me deixe

Sem você

O sol se escode

E a noite

 As estrelas ofuscam.

 Com você

 Os meus olhos brilham

Ao olhar

A beleza da natureza em minha volta.

O poeta precisa de inspiração

Vive para a poesia

Sem ela a vida fica vazia

A noite escura e fria.

A dor não deixa de existir

Mais com você tudo

Fica leve e suave

Por isso você está nesses

Singelos versos.

Água da fonte

Estava com sede

Ofereceram-me um copo de água

Percebi que não era o suficiente

Para saciar a mi há sede.

Decidi percorrer

 Um longo caminho

Que me levava à fonte

Se eu tivesse sorte

Encontraria a água necessária

Para saciar a minha sede.

E assim eu segui em direção

Da tão almejada fonte

Não foi fácil encontrei

Muitos obstáculos

 Pelos caminhos que eu trilhei.

Enfim encontrei a fonte

E jorrava uma cascata

De água fresquinha.

Mergulhei naquela água cristalina

Saciei a minha sede

E desde então, não sou mais a mesma.

E toda vez eu que sinto sede

Não espero que ninguém

Traga um copo

Com água prefiro buscá-la

Direto da fonte.

“água da fonte para quem tem sede de saber”.

Enquanto eu sonhava

O meu pensamento permanecia nas nuvens

Os meus pés preso ao chão

Eu só queria ocupar o meu lugar ao sol.

Enquanto eu sonhava

Tive que enfrentar sol, chuva

E a noite escura.

Enquanto eu sonhava

O medo da noite

Pegou-me de açoite

Eu tive que seguir

Sem olhar pra atrás.

Enquanto eu sonhava

Foi vivendo e aprendendo

E descobri

Que quanto mais aprendia

 É que faltava algo para aprender.

Enquanto eu sonhava

Levei balde de água fria

E os meus sonhos

Foram assustados

Distanciados de mim.

Enquanto eu sonhava

A realidade

Dizia-me que era impossível

Eu não era capaz.

Enquanto eu sonhava

Eu caia e me levantava

Sempre cambaleando.

Enquanto eu sonhava

Eu sabia

Que não podia

Ficar parada ao longo do caminho

 Senão os meus sonhos seriam

Atropelados.

Enquanto eu sonhava

Eu tive que acreditar na minha

Capacidade

Eu insisti e nem a fadiga

Fez me parar.

Enquanto eu sonhava

E caminhava não encontrei

Nem ouro, nem tesouro

Mais ao longo do caminho

Fui deparando  com o  conhecimento

Esse se tornou o meu maior lucro.

Éramos dois

Entramos na embarcação

 Essa estava com o seu destino traçado

E quanto a nos tínhamos

Nossos objetivos.

Marinheiros de primeira viagem

Como todos os iniciantes

Sofremos com desconforto.

E enquanto desequilibrávamos

Buscavamos o nosso equilíbrio.

Navegar era preciso

Tínhamos na nossa frente

Um imenso mar.

Sonhávamos com o cais

No decorrer do curso

Fomos aprendendo

Horas acertando e outras errando.

Sabíamos que não

 Seria assim tão fácil

E se almejávamos a nossa vitória

Teríamos que conquistá-la.

Éramos marinheiros e corríamos

Todos os riscos que nos ofereciam o mar

Cada dia sobrevivido era

Motivo de agradecimento.

Éramos dois

Aprendíamos um com o outro

Não éramos perfeitos

 Somávamos

Caminhávamos com quatros pés

Pensávamos com dois cérebros.

O legal de tudo isso é que

 O difícil não foi impossível

Chegamos ao cais.

A poesia

Vai

Mais volta

Melhor que antes

E faz morada em mim.

Então é assim

Ela é uma parte de mim

Não posso deixá-la.

Está impregnada

Embaralhada com o ar

Que eu estou a respirar.

E em todo o meu ser

Eu e ela tudo a ver.

Todos os dias

Me trás alegrias

Fazendo-me

Companhia.

No meu amanhecer

Ela está viva em meu viver.

Amor

Sentimento de afeição

Que aquece o coração

Palavra com pronuncias

Diferentes em outras línguas

Mais com o mesmo peso

Sentimental.

Pela lei da natureza temos

Diversas formas de amar e

Tem que ser livre.

Sem algemas

Porque o coração

De certa forma

É livre.

Descartando o pertencer

Como posse

Que vira tormento

E faz enlouquecer.

O amor vem de graça

É preciso amar sem opor limites.

Pai

O tempo apagou

 Da minha memória

A sua fisionomia.

Ainda tenho algo guardado

Num canto

Como se fosse um tesouro.

Vale ouro as lembranças

Da sua presença na minha vida

Como era bom ouvir você contar

Anedota.

 Cada instante que vivi

Ao seu lado

 Jamais poderá ser

Apagado pelo tempo

Essas lembranças

Estão gravadas em minha

Memória. Resistiram  ao tempo. 

Como você era o meu protetor

 E o seu abraço era cordial

Não há outro igual.

Agora olhando a sua foto

O seu semblante físico volta

Em minha mente

você se torna presente.

Eu encontro um pouquinho

 De você em mim. E nos seus

Descendentes.

As lágrimas

De saudades foram

Inundando o meu rosto.

Levo o teu sobre nome

Sinto uma imensa alegria

Por ser sua filha.

Se eu pudesse voltar no tempo

Pra te chamar

 de pai mais uma vez.